As vezes o que é dor para mim para você pode não ser; a dor é subjetiva mas ninguém deve julgar o outro, dizendo que o mesmo não sente isso ou aquilo. E aqui trataremos de dor no idoso.
A transição demográfico-epidemiológica, vivenciada pelo Brasil, e no mundo, está associada à alta incidência de doenças crônicas e degenerativas – hoje temos longevidade, algo que era impossivel nos séculos passados, onde a média de vida era de até 35 ou 40 anos. E que muitas vezes resultam em quadros de dor e dependência, podendo interferir na qualidade de vida dos idosos. Estima-se que 80% a 85% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentem, pelo menos, um problema significativo de saúde que predisponha a dor.
Existem duas classificações para a dor de acordo com sua duração: crônica (é vaga e mal delineada, persistindo por meses ou além do tempo razoável para a cura da lesão causal ou patologia), e aguda (caracterizada por surto repentino de curta duração, bem delineada).
Ambos os tipos podem ser classificados em nociceptiva, neuropática, mista ou psicogênica, há uma relação entre dor crônica e incapacidade física ou psicológica, considerando então, que a incapacidade é decorrente da dor e não a sua causa.
A dor pode afetar em que na vida do individuo?
A progressiva interferência da dor na fisiologia do individuo afeta suas necessidades quanto a relacionamentos e declínio da autoestima. A dor constante pode alterar os relacionamentos interpessoais, levar a diminuição dos contatos sociais e, por fim, ao isolamento. Torna-se evidente então que a dor pode afetar além das necessidades fisiológicas, as psicológicas do ser humano.
Acredito que a dor deve ser avaliada como “quinto sinal vital”. Para assim todos os profissionais da saúde conseguirem traçar uma solução junto ao paciente.
Envelhecer implica em sentir dor?
O envelhecimento representa uma etapa do desenvolvimento individual, que associados a fatores externos e internos, como deficiência nutricional, mudanças endócrinas, ausência regular de atividade física e hereditariedade, podem levar ao aparecimento de doenças ocasionando alterações posturais, déficits na marcha, diminuição da força muscular, diminuição da capacidade de respiratória, dentre outras modificações que na maioria das vezes limitam o movimento corporal e associadas a quadros patológicos levam ao surgimento do quadro álgico.
Infelizmente, foi incutido nos idosos a dor é uma conseqüência inevitável do envelhecimento, a qual se deve suportar sem queixas. Com isso a presença da dor muitas vezes é negada por medo tanto dos procedimentos médicos como de seus gastos!
Atenção família!
A queixa de quadro álgico apresenta-se com freqüência entre a população idosa, por isso muitas vezes são rotulados de poliqueixosos, fazendo com que a dor no idoso seja erroneamente subestimada.
O papel da fisioterapia no diagnostico e tratamento da dor?
A luta contra a dor é principalmente no idoso uma tarefa multidisciplinar e a fisioterapia vem se mostrando muito efetiva e eficaz no controle da dor em idosos, pois sendo um tratamento conservador, apresenta-se de grande valia diante das alterações fisiológicas relacionadas à idade, sendo importante nas preocupações com a segurança e bem estar do idoso ao ser submetido a qualquer tratamento.Dentre os recursos utilizados pela Fisioterapia destaca-se o calor, o frio, a eletroterapia, a massagem, a cinesioterapia e técnicas especiais como a reeducação postural global (RPG), a osteopatia, a ginástica holística, a facilitação neuromuscular proprioceptiva (Kabat/ FNP), o método Bobath e a hidroterapia dentre outras.
O ideal é ficarmos atentos as pistas que nosso organismo nos dá e evitar o pré- julgamento de quem está a sentir dor.
Fisioterapeuta Aline Barboza de Oliveira – Crefito 193405F