Síndrome das pernas inquietas é uma condição em que a pessoa tem uma vontade incontrolável de mexer as pernas e as move involuntariamente. Normalmente esse movimento ocorre principalmente quando a pessoa está dormindo, atrapalhando a qualidade do seu sono ou se passa muito tempo sentada em uma mesma posição e quando dá por si a perna está em movimento. É uma doença crônica e progressiva com impacto importante na qualidade de vida das pessoas.
Esta síndrome nem sempre é bem definida pelos doentes que podem referir uma sensação de desconforto nas pernas, não dolorosa, acompanhada de uma irresistível vontade de as mexer. Alguns doentes descrevem esta síndrome como “agonia nas pernas”, “coceira nos ossos”, “alfinetadas”, “insetos caminhando pelas pernas”, “pernas que querem dançar sozinhas”, etc. Em alguns casos, as queixas atingem também os braços. A prevalência desta síndrome não é bem conhecida, com estudos sugerindo valores entre 0,1% e 15,3%. Essa prevalência tende a aumentar com a idade.A gravidade das queixas e a velocidade de progressão da doença parecem ser maiores quando a doença se manifesta pela primeira vez mais tarde. Ela é mais frequente nas pessoas de sexo feminino, o que pode resultar da sua associação à gravidez. sobretudo nos últimos três meses de gravidez e geralmente melhorando ou desaparecendo algumas semanas após o parto. Em alguns casos, os sintomas podem persistir depois do parto.
Alguns fatores que podem levar a essa síndrome
- Hereditariedade,
- Gravidez, geralmente após o parto ela acaba,
- Doenças crônicas, como diabetes, doenças renais, Parkinson e neuropatia periferica,
- Falta de dormir,
- Uso em execesso de álcool ou café,
- Tabagismo,
- Obesidade,
- Uso de medicações para disturbios psicologicos,
- Anemia,
- Retirada de algum sedativo,
Os seus sintomas são no geral a necessidade de movimentar as pernas quando se está deitado ou sentado com as pernas endireitada. Perder essa vontade quando se faz algum movimento intencional com as pernas, como alongá-las, sacudi-las, cruzá-las ou começar a andar e sentir piora dos sintomas a noite. Ter crises de movimentos periódicos das pernas durante o sono, um outro quadro que faz com que a pessoa chute e movimente as pernas a noite toda, enquanto dorme.
Diagnóstico
A síndrome da perna inquieta é diagnosticada através do histórico clínico do paciente e da descrição das sensações, não há exames laboratoriais que confirmem o diagnóstico, mas estes podem ser feitos para afastar a possibilidade de outras doenças. É necessário um hemograma completo para medir a deficiência do ferro. A polissonografia pode evidenciar os movimentos periódicos de membros à noite.
Como tratar
O tratamento tem como objetivo aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com SPI, balanceando riscos e benefícios.Se uma deficiência de ferro for detectada, utiliza-se suplemento de ferro, vitamina B12, que pode ser suficiente para acabar com os sintomas.Muitos pacientes com SPI têm seus sintomas causados ou agravados, pela utilização de outros medicamentos.Certos hábitos precisam ser revistos pois aumentam e prejudicam o tratamento. Uma boa higiene do sono deve ser seguida, pois a fadiga e sonolência tendem a piorar os sintomas. Encontre o melhor horário para dormir e acordar e mantê-lo todos os dias, dormindo o mesmo número de horas. Exercícios físicos moderados são recomendados até seis horas antes do horário de dormir. Para algumas pessoas, ao contrário, exercícios físicos logo antes de dormir são benéficos.
Apesar da cafeína aparentemente melhorar os sintomas, ela os intensifica e os atrasa para mais arde da noite. A melhor solução é evitar todos os produtos com cafeína: café, chá mate, chá preto, refrigerantes, chocolate e alguns medicamentos. O consumo de bebidas alcoólicas aumenta a intensidade dos sintomas, de novo a melhor solução é evitá-las.
Atividades físicas como banho quente, massagens, técnicas de relaxamento, trabalhos manuais, alguma outra atividade que mantenha a mente ocupada, podem ser benéficas, mas dependem da gravidade dos sintomas de cada pessoa. Algumas pessoas não conseguem encontrar alívio com qualquer atividade e precisam de medicamentos.
Alguns medicamentos são utilizados para o tratamento da SPI como agonistas dopaminérgicos, sedativos, medicações para dor e anticonvulsivantes. Cada droga tem seus benefícios, limitações e efeitos colaterais. A escolha da medicação depende da gravidade dos sintomas. Procure um médico especialista em distúrbios do sono para conduzir o tratamento mais adequado ao seu problema.
Como se trata de um distúrbio crônico, o acompanhamento com seu médico a procura de tratamento equilibrado é fundamental para se viver bem e com qualidade apesar da SPI.