A Polícia Federal (PF) cumpre na manhã desta terça-feira 24 mandados de busca e apreensão em apartamentos no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte do senador Aécio Neves (PSDB-MG), eleito deputado federal este ano. Além de Aécio, estão envolvidos na operação mais três deputados federais.
A PF também faz operação similar no endereço de Andrea Neves, irmã de Aécio, em um condomínio em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ela chegou a ser presa em 2017. As buscas acontecem também no Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins, e Amapá
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De acordo com a Polícia Federal, os mandados desta terça-feira fazem parte da investigação sobre um suposto pagamento de propina de R$110 milhões, feitos entre 2014 e 2017 pela J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
A informação foi repassada por Joesley em delação premiada, juntamente com Ricardo Saud, executivo da JBS, empresa do grupo J&F.
O senador também teria comprado apoio político do partido Solidariedade (SDD), comandado pelo deputado federal Paulinho da Força (SP). O valor estimado é de R$ 15 milhões.
Também estão envolvidos na operação da PF, desta terça-feira, os deputados federais Benito da Gama (PTB/BA) e Cristiane Brasil (PTB/RJ).
Em nota, a PF informou que ‘as vantagens teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos que teria efetuado o pagamento, inclusive para fins da campanha presidencial de 2014’
“Suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias”, informou a PF
Nota da defesa do senador Aécio Neves
Alberto Zacharias Toron, a advogado do senador Aécio neves divulgou nota sobre a operação da PF, abaixo a íntegra:
“O senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários que mostrarão a absoluta correção de todos os seus atos.
É preciso que se esclareça que os recursos referidos pelos delatores da JBS são as contribuições eleitorais feitas à campanha do PSDB em 2014 e devidamente registradas na Justiça Eleitoral.
Somam-se a esses valores contribuições legais feitas a outros partidos políticos. A medida é, portanto, desnecessária já que o senador é o maior interessado no esclarecimento de todos os fatos.”
Leia a íntegra da nota da Polícia Federal
“A Polícia Federal deflagrou hoje (11) a OPERAÇÃO ROSS*, que tem como objetivo investigar o recebimento de vantagens indevidas por parte de três Senadores da República e três Deputados Federais, entre os anos de 2014 e 2017.
As vantagens teriam sido solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo dos frigoríficos que teria efetuado o pagamento, inclusive para fins da campanha presidencial de 2014. A ação de hoje é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017.
Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam os cem milhões de reais, Suspeita-se que os valores eram recebidos através da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias.
Aproximadamente 200 policiais federais dão cumprimento a 24 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, e realizam 48 intimações para oitivas. As medidas estão sendo cumpridas no Distrito Federal e nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Tocantins, e Amapá.
São investigados os crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
ROSS faz referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.”
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Fonte:EM